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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um aparte: O terror de Auschwitz

«A única maneira de sair daqui é pela chaminé». Esta foi a frase que milhão e meio de pessoas ouviram antes de irem para a câmara de gás. «Arbeit macht Frei» (o trabalho liberta) é outra frase célebre de Auschwitz escrita numa tabuleta pelos nazis à entrada do campo. Foi o primeiro campo de extermínio. Foi construído na Polónia onde conseguiram juntar cerca de 155 000 pessoas e onde se criou um complexo de morte.
Os primeiros 20.000 que foram recebidos eram criminosos alemães. Dois outros campos foram construídos na sequência de uma visita realizada por
Himmler em 1 de Março de 1941, que decidiu elevar a capacidade para 30.000 e mandar projectar o campo para 100.000 pessoas. Este último campo acabou por ser construído pelos próprios prisioneiros da guerra. Na visita, Himmler anuncia que será construída uma fábrica de armamento para que os prisioneiros participem no esforço da guerra. Próximo dos campos existentes funcionavam dezenas de oficinas metalúrgicas, fábricas e minas da região.
As execuções em massa de judeus começaram na Primavera de 1942 em Maio, altura em que 1.200 judeus encolhidos nos comboios recém-chegados da Alemanha, Eslováquia e França, foram gaseados. Tinha-se descoberto que para cada quilo de peso era necessário cerca de 1 miligrama de Zyklon. Entre 1942/43 usaram 20.000 Kg do produto. Os médicos do campo
seleccionavam quem morreria nas 2 horas seguintes e quem iria trabalhar nos 6 meses futuros.
O
comandante de Auschwitz formou entre os presas uma orquestra de instrumentos de corda obrigando-os a tocar «Barcarolle» para os acalmar. Depois deu-lhes postais ilustrados para escreverem para casa dizendo que estavam bem instalados num campo de trabalho imaginário. Os SS prometiam-lhes banhos reconfortantes, pediam-lhes que pendurassem as roupas em cabides numerados e que entrassem numa sala cheia de chuveiros e torneiras mas que eram falsas. Mal a porta da sala se fechava militares SS com máscaras de gás subiam ao terraço e introduziam Zyklon B pelas frestas que actuava em 20 minutos. Os mais novos eram os primeiros a morrer devido ao gás se espalhar mais depressa em baixo.
Um esquadrão especial de presos eram os responsáveis pela limpeza dos corpos, retiravam-lhes as próteses, os óculos, os brincos, colares, alianças, dentes de ouro e rapavam-lhes o cabelo, e só depois eram levados para os fornos para serem queimados. As cinzas eram deitadas nos rios ou usadas como estrume. Aos sobreviventes eram-lhes atribuídos símbolos próprios que os identificavam: os judeus usavam a
estrela de David amarela, os prisioneiros políticos um triângulo vermelho, os ciganos um triângulo negro, as testemunhas de Jeová o violeta, os homossexuais cor-de-rosa, e para os criminosos o verde.
As refeições eram constituídas por: ao pequeno-almoço meio litro de uma aguada a que os nazis chamavam café, ao almoço uma sopa sem carne preparada normalmente com legumes estragados e à noite um pão mal cozido com margarina ou queijo e uma nova tisana. Sendo uma alimentação inadequada levava a que muitos dos detidos fossem parar á enfermaria, conhecida com «antecâmara da morte», pois normalmente o seu sofrimento era aliviado por uma injecção letal ou por um passeio até á câmara de gás. Os prisioneiros eram punidos por todas e nenhuma razão, por fazer e por não fazerem.
Josef Mengele era um médico do campo e escolheu cerca de 1500 gémeos para usar como cobaias, servindo um de controle e experimentando no segundo. Mandava matar muitos só para os estudar na autópsia. Utilizou também como cobaias sete dos dez anões ciganos que obrigou a dançar nus para as tropas SS. O único que tentou ajudar os prisioneiros foi o bacteriologista Wilhelm Hans Munch, dando-lhes medicamentos e alimentos, correndo assim risco de vida.
Muitos prisioneiros revoltaram-se a partir de 7 de Outubro de 1944, um grupo de presos atirou pedras aos militares enquanto outros pegaram fogo ao edifício, conseguindo muitos deles fugir e sobreviver para contar a história.
Em 27 de Janeiro de 1945, o exército soviético liberta o campo da morte e encontra perto de 3.000 homens e mulheres pesando entre 23 e 35Kg.

1 comentários:

Zapatilha disse...

A qualidade do artigo está inversamente proporcional ao teu amuo.

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